Defendendo papel estratégico da estatal, Governo Lula fala em retomar refinarias da Petrobras que foram privatizadas em governos anteriores
Publicado 03/10/2023 - Atualizado 04/10/2023

Nesta terça-feira, 3, a Federação Única dos Petroleiros – FUP e a Federação Nacional dos Petroleiros – FNP em conjunto com as centrais sindicais e movimentos promoveram um ato nacional no Rio de Janeiro (RJ) em defesa da soberania nacional, das empresas estatais, pela reversão das privatizações e reconstrução de um Brasil soberano, democrático e com justiça social.
O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB participou da manifestação, que teve início na antiga sede da Eletrobras, junto a outros movimentos. O ato seguiu pela Candelária até o edifício sede da Petrobrás, na Avenida Chile.
“A Petrobras é o símbolo da soberania nacional, porque num mundo onde a questão energética é cada vez mais central na geopolítica e impulsionamento dos países, ter uma empresa como Petrobras à serviço do povo brasileiro, à serviço de um desenvolvimento industrial e tecnológico é imprescindível”, afirma Robson Formica, integrante da coordenação nacional do MAB.
O dirigente ressalta que é importante que o Movimento, que faz a luta pela soberania, participe e se some ao ato, porque a Petrobras ou por diversos ataques em gestões anteriores, em que houve ações de privatização, sucateamento e fechamento de unidades. Segundo Formica, esses eventos prejudicaram consideravelmente o povo brasileiro do ponto de vista econômico e social.
“Por isso, é fundamental, como dizia o presidente Lula na campanha, abrasileirar os preços e a própria companhia, para que ela sirva não aos interesses do capital especulativo, mas aos brasileiros – para que eles possam adquirir o gás de cozinha e o combustível a preços íveis e justos. E que ela contribua cada vez mais com o processo do desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, social e ambiental e com a transição energética do país. A gente não pode abrir mão da Petrobras como ferramenta pra tudo isso”, ressalta Formica.
O ato no Rio de Janeiro reuniu petroleiros de vários estados do país, junto a eletricitários, educadores, servidores públicos, metalúrgicos, bancários, agricultores, estudantes, lideranças políticas e sociais. “É um ato que une trabalhadores do campo e da cidade em uma manifestação histórica”, explica Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP.
Para Roberto Oliveira, também coordenador do MAB, participar do ato de hoje é importante, porque a Petrobras é uma empresa do povo brasileiro. “Desde a sua constituição até se transformar em uma das principais empresas do mundo. Desde a pesquisa científica até a perfuração, o refino e a distribuição nos postos de combustíveis, ela é obra do povo brasileiro e dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma.
“Pensar a Petrobras pública, estatal e fortalecida, assim como a Eletrobras, é critério para pensar em um projeto de país, livre, soberano e justo”, complementa Roberto.
Também com foco em fortalecer a Petrobras e suas subsidiárias, no Paraná, acontece um ato no município de Araucária, região metropolitana de Curitiba, onde está Refinaria Getúlio Vargas (REPAR) e a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que havia sido posta a venda. “A fábrica hoje se deteriora, enquanto o povo brasileiro precisa de fertilizantes para fomentar a produção de comida no país, afirma Robson Formica. Ele explica que hoje há uma luta de retomada da atividade nessa unidade.
A Fafen foi fechada por Jair Bolsonaro em março de 2020, o que causou a demissão de centenas de trabalhadores e prejudicou a produção nacional, na esteira de duas outras fábricas abandonadas pelo governo Temer: uma na Bahia, situada em Camaçari, e outra em Sergipe, localizada no município de Laranjeiras. O resultado foi um aumento progressivo da dependência brasileira do fornecimento internacional da Rússia, em guerra com a Ucrânia desde no início do ano ado.
Neste contexto, Roberto reforça a importância dos brasileiros apoiarem as empresas estatais. “O projeto de país que precisamos constituir a pelo fortalecimento das empresas do povo brasileiro, mas também pela afirmação de um projeto de caráter popular para o setor energético e demais setores da economia e sociedade. Esse é um projeto com distribuição das riquezas e controle exercido pelos trabalhadores”.