Entenda em 5 pontos: como o governo Bolsonaro promoveu a explosão dos preços dos alimentos
Alimentos básicos ficam até 180% mais caros desde o começo do governo Bolsonaro, causando o aumento drástico da insegurança alimentar no país
Publicado 26/08/2022 - Atualizado 26/08/2022

Inflação alta, insegurança alimentar e escassez de determinados produtos são alguns dos problemas que, nos últimos anos, voltaram a fazer parte da vida de brasileiros que acreditavam que o país já tinha superado esses desafios.
Um dos efeitos mais catastróficos do governo Bolsonaro, a disparada do preço dos alimentos da cesta básica causou o aumento da fome no país e segue assustando as famílias a cada ida ao mercado. Óleo de soja, leite, feijão carioca, batata e arroz são alguns itens que tiveram preços subindo de forma alarmante desde o início do governo atual. Ao longo dos últimos anos, alguns destes itens aram a custar mais que o dobro do preço de 2018. O óleo, por exemplo, ultraou os 183% de aumento e vários outros itens tiveram um aumento de preço acima da inflação.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o trabalhador que recebe salário-mínimo gasta até 69,31% do rendimento com o valor da cesta básica – percentual registrado em São Paulo.
Os preços subiram em resposta à desvalorização do real, ao aumento da inflação e a outros fatores ligados à política econômica do governo Bolsonaro, aliados à crise causada pela pandemia da Covid-19. Vale lembrar que, no Brasil, a pandemia foi estendida também devido à péssima gestão do governo, que chegou a deixar o país vários meses sem ministro da Saúde em plena crise sanitária mundial.
Enquanto muitas famílias sofrem coma restrição de o aos alimentos, ao invés de criar políticas de segurança alimentar, Bolsonaro anuncia a redução de impostos do jet ski e do ‘Whey Protein’, um suplemento para atletas consumido por um pequeno setor da classe média alta.
Como resultado desse descaso, em 2022, 33,1 milhões de pessoas estão ando fome no Brasil; mais da metade da população brasileira (58,7%) está em insegurança alimentar em algum nível; e de 10 famílias apenas 4 possuem o total à alimentação.
Entenda os principais motivos da alta do preço da comida

1 – Foco na exportação de comida
Mesmo diante da crise da pandemia e dos conflitos na Europa, o governo brasileiro seguiu estimulando a exportação de alimentos para o mundo, sem se preocupar em fazer uma reserva.
2 – Fim dos estoques públicos de alimentos
Nos últimos anos, o governo esvaziou os estoques públicos de alimentos, acabando com a reserva de itens como o arroz e o feijão dos armazéns estatais. Esses estoques eram utilizados para garantir o fornecimento de alimentos em períodos de desabastecimento ou inflação alta, garantindo preços justos para a população.
3 – Falta de recursos para a agricultura familiar
Em mais uma demonstração de desrespeito à vida do povo brasileiro, Bolsonaro vetou integralmente o projeto de lei nº 823, de 2021, a Lei Assis Carvalho II, que instituiria medidas emergenciais de amparo a agricultores impactados economicamente pela pandemia da Covid-19.
O PL também previa a destinação de recursos e a criação de uma linha de crédito para que os pequenos agricultores pudessem investir na produção de alimentos para abastecer o país. O aumento da oferta de alimentos consequentemente diminuiria o custo da comida para a população.
4 – Aumento do Preço do petróleo
No Governo Bolsonaro (assim como no governo Temer), a Petrobras adotou uma política de precificação do petróleo baseada no preço internacional (Política de Preços de Paridade de Importação), impactando diretamente no preço dos combustíveis derivados, como gasolina e diesel. O custo mais alto dos combustíveis influencia no preço geral de tudo que consumimos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), Eder Eduardo Bublitz, o encarecimento do frete motivou um ree de aproximadamente 10% nos preços de grãos, frutas e legumes vendidos no atacado, por exemplo.
5 – Desvalorização do real
Com a desvalorização do real em relação ao dólar (causada pela política econômica do governo), os produtores brasileiros tendem a exportar mais, restringindo a oferta doméstica. Por isso, itens como soja, café, açúcar e carne, registraram as maiores altas.